quarta-feira, 22 de junho de 2011

Das cartas que não mando

Por aqui, tudo anda a mil. Sinto sua falta como se faltasse um terceiro braço, que é o seu braço, o nosso abraço de todos os dias. Sinto que esse ano é o de pensar. Pensar mais que sentir, pensar mais antes de fazer e antes de falar. Essa é a hora de aprender a ser menos eu, para futuramente ser mais alguém. Precisso disso para poder amar demais, sem pressa, como o tempo e como Deus quiser. Hoje posso ver como o tempo passa. No primeiro dia de aula, me sentei na frente da sala e só observei. Vi pessoas, momentos, tardes e manhãs. Uma vida inteira passando diante dos meus olhos. Sinto saudades de toda a vida que passou e eu nem vi. Vou te escrever com mais frequência, já que não está por perto para presenciar meus devaneios. Nunca se ausente de mim. Te amo muito e te quero bem.Quero saber da sua vida. Será que anda tão depressa como a minha?

* Essa carta ficou feia, desculpe a letra. Estou escrevendo apressadamente. Espero respostas, felizes,espero.


Juliana.

domingo, 19 de junho de 2011

Pra você dar o nome

Pensei por muitos dias no que poderia ser se você viesse,ou pelo menos soubesse. Saí de casa com uma certeza e o coração transbordando de palavras que desejei dizer. Passei um dia à procura das melhores palavras, para fazer com que você entenda, ou melhor, sinta, já que entender é completamente impossível quando entramos em contato com sentimentos confusos. Tentei manter a calma apesar da pressa. Era hora de dizer, não mais de escrever. Era hora de olhar em seus olhos e dizer tudo o que meu coração pedia. Mas simplismente, me calei. Olhei em seus olhos muito de perto por muito tempo. Meu espelho. O espelho da minha alma.


Era você que eu era.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

E se pela segunda vez o meu destino for você, eu aceito.Aceito até mesmo com a mesma alegria que o recebi pela primeira vez, em que nenhum de nós dois pôde ficar na história, deixando-a vazia. Vazio cheio de ausências. Cheio de você e de nós. Juntos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

2=1

Como se eu andasse pelo mundo à procura de alguma razão e a sua alma, que pertence mais a mim do que a você cruzasse o meu caminho, no momento em que precisei de uma iluminação áurea. E você me apareceu da maneira mais bonita que conseguiu, e ainda por cima com minhas palavras em sua boca. Nesse momento necessito procurar você em outros olhares e em outros sorrisos. Nada feito. Não posso negar nossa singularidade.Às vezes penso que aquela tarde não era a nossa hora: falha do tempo. Mas logo penso que o tempo foi errante o tempo inteiro. Reconheço que o tempo falhou e que você não estava preparado para me receber por inteira, da mesma maneira que não estou preparada para receber metades. Precisei ir embora de você - pelo menos por uns longos dias - desfazendo nossos laços mágicos. E apesar do fim,não me arrependo de ter apresentado à você, o que ninguém conhece e nem sonha que existe aqui, nesse coração que não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer.



Vinte e seis de novembro de dois mil e dez.

domingo, 12 de junho de 2011

Tempo,vou te fazer um pedido

Céu sem estrela e coração na mão. Meu andar descompassado no meio de toda essa gente que me olhava sem entender o que se passava. Olhares que dizem: nada é atemporal. Eu estava ali, imóvel. Céu sem estrelas e coração na mão, cansado e obsoleto. Velho como o olhar de um homem que me olhava piedosamente: cabelos brancos e olhos vidros, que permitia que observasse melhor, o que ninguém vê. De tanto observar meus olhos inundados de mágoa e de tudo que poderia ser triste, ele enxergava o meu íntimo, cheio de marcas. Eu queria que ele se levantasse da cadeira em que se sentava, viesse até mim e me disesse tudo que me salvasse desse padecer que me matava naquela noite, e em outros dias . Noite fria e poesia. Vontade de fugir, levando tudo o que restou de mim, ou talvez deixar tudo por aqui. Gostaria de ficar com a doçura que ainda me resta. Deixando todo o resto para trás, tudo o que não é, de fato. Que apareçam flores no meu caminho e muito amor. Amor pelo recomeço, e por todas as alegrias que estão por vir.      

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pensei muito em você durante todos esses dias que passaram por mim, Paula. Finalmente, reconheço que é difícil ser dois quando se é um só. Tem sido perigoso viver em um só corpo, sendo tanto de uma só vez. Me surpreendi com essa nova descoberta que fiz sobre mim mesma. Bem que você havia me dito que nascer geminiana não é nada fácil. E eu, na minha infinita imbecilidade, achei tudo que você disse uma grande bobagem astrológica, acreditando fielmente na minha linearidade sentimental. Agora, a noite faz silêncio para ouvir o coração que fala alto. Sinto-me partida em duas partes exatamente iguais.Possuo dois corações pulsando forte no peito, porém inteiros.Sua ausência me dói, saiba disso. Mesmo amando o seu lado menos bonito, eu preciso da sua lucidez para nortear minhas emoções. Enquanto os ventos não resolvem te levar, saiba que tenho fome de sua presença e da sua palavra que sempre tinha tanto a dizer, embora os meus ouvidos- quase nunca- estiveram disponíveis para escutar. Só te escrevi para dizer queme perdi, bem do jeito que você falou que aconteceria, e eu não quis acreditar. Só gostaria de saber quem é maior em mim. Tenho que ser honesta com qual coração?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Você me olhava com os mesmos olhos que te olhei. Eu desejava o seu desejo. Silêncio. Nada será dito enquanto houver tamanha estranheza entre meu corpo e o seu. Você tomou a minha mão me convidando para dançar, e na minha eterna vontade de aprender a dizer não, pra você eu disse sim.